Quando é possível o banho após uma cirurgia plástica?

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Cada cirurgião tem uma opinião própria sobre o momento ideal para que sua paciente tome seu primeiro banho após uma cirurgia plástica. A prática adotada pelo cirurgião é influenciada pela preocupação com a infecção, cicatrização de feridas, ou simplesmente por aquilo que ele aprendeu com outros colegas. Mas o que dizem os estudos científicos?
 
Para responder a esta pergunta, um grupo de pesquisadores realizou um amplo estudo de revisão e publicou neste ano esta pesquisa na revista oficial da Sociedade Inglesa de Cirurgia Plástica, a Journal of Plastic and Reconstructive Surgery.
 
Um total de 357 estudos foram incluídos. Todos eles eram ensaios clínicos randomizados, os estudos de maior nível de evidência científica. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: um grupo, chamado de “precoce”, podia tomar banho já nos dois primeiros dias após a cirurgia. O segundo grupo, chamado “tardio”, podia apenas tomar banho após o terceiro dia da cirurgia ou ainda mais tarde.
 
Os pesquisadores observaram que não houve diferenças nas complicações ou infecções entre os dois grupos. Além disso, os autores observaram que o grupo “precoce” apresentou maior índice de satisfação.
 
Por estes motivos, recomendamos a nossos pacientes que tomem seu banho já no primeiro dia após a cirurgia. Costumamos usar curativos especiais com um filme transparente à prova d’água, hipoalergênicos e que deixam a pele transpirar e podem permanecer por vários dias sem descolar, providenciando assim maior conforto aos pacientes no pós-operatório.
 
Um grande abraço a todos!
 
Dr Juan Montano
 
Clinica PlásticaMontano
 
Arte e Ciência
 

Como diminuir a ansiedade antes de uma cirurgia plástica?

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Após o agendamento de uma cirurgia, é natural que o paciente e familiares fiquem um pouco apreensivos a medida que a data da cirurgia se aproxima, atingindo o pico no dia da cirurgia.
Que medidas podem ser tomadas para diminuir a ansiedade?
Um estudo de revisão abordando isso foi publicado na revista científica “The American Journal of Surgery”.  Segundo os autores, 7 medidas mostraram-se cientificamente eficazes para reduzir essa ansiedade.
 
1. Informar os pacientes de forma clara sobre cuidados pré-operatórios, técnicas cirúrgicas, recuperação pós-cirúrgica, controle da dor e expectativas pós-operatórias, tanto de forma verbal como escrita.
 
2. Na véspera da cirurgia, uma consulta pré-operatória com o cirurgião, para tirar as últimas dúvidas e receber encorajamento da parte do seu cirurgião.
 
3. Um telefonema na véspera da cirurgia feito pelo anestesista para tirar as dúvidas sobre a anestesia e dar todo o suporte.
 
4. Ao chegar na sala da cirurgia, colocar para o paciente ouvir uma música suave e relaxante, de preferência, músicas que o paciente já tenha dito ao seu cirurgião que gosta de ouvir.
 
5. No dia da cirurgia, informar os familiares por ligações telefônicas do progresso da cirurgia, avisando quando metade da cirurgia foi realizada, quando ela foi completada e quando o paciente foi para a sala de recuperação pós-anestésica.
 
6. Ao término da cirurgia, um encontro presencial do cirurgião com os familiares explicando como foi o procedimento.
 
7. Para os pacientes mais ansiosos, o uso de uma medicação ansiolítica, como o Bromazepam 3 mg na véspera da cirurgia, pode eventualmente ser útil.
 
Sabemos o quão importante é o momento da realização de uma cirurgia e que este momento, embora muito desejado, pode trazer algumas ansiedades, por isso colocamos todas estas orientações em prática nos nossos procedimentos. Nosso objetivo é que este evento ocorra da forma mais tranquila possível.
 
Um grande abraço a todos!
 
Dr Juan Montano
 
Clinica PlásticaMontano
 
Arte e Ciência
 

Como melhorar uma cicatriz (baseado na ciência)?

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É comum pacientes se preocuparem com as cicatrizes que terão após as suas cirurgias. Muitos especialistas dão diferentes orientações e muitas vezes os próprios pacientes têm seus próprios conceitos, geralmente influenciados pela opinião de conhecidos leigos ou pela propaganda farmacêutica. Afinal, o que realmente funciona de acordo com as evidências científicas?
 
Para responder a esta pergunta, uma ampla pesquisa de revisão foi publicada na revista científica da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (referência abaixo). O único tratamento que se mostrou com alta eficácia na prevenção de cicatrizes inestéticas (cicatrizes hipertróficas) e com alto nível de evidência científica foi o uso do silicone, seja na forma de gel de silicone ou de placa de silicone. 
 
 
O uso de outras substâncias, como o extrato de cebola e a vitamina E, não se mostraram eficazes. Talvez você não saiba, mas o extrato de cebola é o principal componente do Cicatricure, um famoso produto vendido no mercado para auxiliar no tratamento de cicatrizes. Portanto, se você respondeu Cicatricure para a pergunta desta postagem, é bom rever seus conceitos.
 
O artigo menciona que o uso do silicone deve ser iniciado a partir da segunda semana após a cirurgia e continuado por mais três meses. Portanto, essa é a recomendação que faço para minhas pacientes, principalmente aquelas mais preocupadas com suas cicatrizes.
Um grande abraço a todos!
 
Dr Juan Carlos Montano Pedroso
 
Clinica PlásticaMontano
 
Arte e Ciência
 

É possível prever a quantidade de peso que sairá numa redução das mamas?

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Sim. Para isso, inicialmente, tire com uma fita métrica as seguintes duas medidas (em centímetros) para cada uma de suas mamas:
1) Distância entre o ossinho logo abaixo do pescoço (chamado fúrcula) e o mamilo e multiplique por 35

2) Distância do mamilo até o sulco da mama e multiplique por 60

Some esses dois valores e, do resultado desta soma, subtraia 1240. Pronto, esse é o valor aproximado, em gramas, do que será retirado das suas mamas numa cirurgia plástica de mamoplastia redutora. Um cálculo que pode ser feito de forma simples e rápida com uma fita métrica e uma calculadora básica.

Essa fórmula foi obtida após pesquisadores cirurgiões plásticos terem estudado 214 pacientes submetidas a cirurgia plástica redutora de mamas em que várias medidas foram feitas para poder criar uma fórmula que pudesse prever a quantidade de peso mamário a ser ressecado. Os resultados desta pesquisa foram publicados na revista da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (referência abaixo).

Fazer esses cálculos simples pode ajudar o cirurgião plástico principalmente em casos em que o tamanho de uma mama é muito diferente da outra, pois isso o ajudará a saber o quanto de peso ele deverá retirar a mais da mama maior.

Essa fórmula foi empregada nesta paciente que tinha mamas grandes e bem diferentes uma da outra. A fórmula previa uma retirada de 934 gramas de tecido mamário, sendo que o que realmente acabou sendo retirado foram 960 gramas. Este é um belo exemplo de como a matemática e a ciência podem ajudar na arte da cirurgia plástica.

Um grande abraço a todos!

Dr Juan Carlos Montano Pedroso

Cirurgia Plástica em Moema

Arte e Ciência

Referência: Descamps MJ, Landau AG, Lazarus D, Hudson DA. A formula determining resection weights for reduction mammaplasty. Plast Reconstr Surg. 2008 Feb;121(2):397-400.

A redução das mamas pode alterar os exames de mamografia?

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Esta foi uma das perguntas que uma das minhas pacientes com desejo de realizar uma mamoplastia redutora me fez. Ela estava preocupada pois tinha um histórico familiar de câncer de mama e realiza exames periódicos de mamografia para detectar qualquer tipo de alteração nas mamas suspeitas de serem malignas.

Estudo publicado na revista científica Jornal Europeu do Câncer analisou mais de 350 mil mamografias de mais de 85 mil mulheres e concluiu que a cirurgia plástica da mama pode diminuir a sensibilidade de detecção do câncer de mama pela mamografia de 73% para 63%, uma redução de 10% (referência do estudo abaixo). Essa redução da sensibilidade do exame de mamografia seria devido a alterações que a cirurgia plástica das mamas poderia produzir no tecido mamário. Expliquei para a paciente que, para ajudá-la a evitar prejuízos futuros na detecção do câncer de mama através da mamografia, seria importante ela realizar uma nova mamografia 6 meses após a cirurgia plástica mamária, pois esta mamografia poderia servir de base para comparação com as outras mamografias que ela irá realizar ao longo da vida. Tendo essa mamografia realizada 6 meses após a cirurgia plástica em mãos, o radiologista poderá, com mais segurança, saber quais alterações foram produzidas pela cirurgia plástica e assim avaliar se eventuais novas alterações que venham a aparecer em novos exames são preocupantes ou não. Já é possível realizar uma mamografia 6 meses após a cirurgia plástica e ela não causa nenhuma alteração no resultado cirúrgico. A paciente ficou bem mais tranquila em prosseguir com o planejamento da sua cirurgia.

Na foto desta postagem, nossa equipe realizando uma mamoplastia redutora.

Um grande abraço a todos!

Dr Juan Carlos Montano Pedroso

Cirurgia Plástica em Moema

Referência: van Breest Smallenburg V, Duijm LE, Voogd AC, Jansen FH, Louwman MW. Mammographic changes resulting from benign breast surgery impair breast cancer detection at screening mammography. Eur J Cancer. 2012 Sep;48(14):2097-103

Qual o tempo de validade de uma prótese de silicone?

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Essa foi uma das perguntas que a paciente que me procurou para colocar próteses de silicone me fez. É uma dúvida muito frequente, talvez seja também a sua.

As próteses de silicone podem com o passar dos anos sofrer um processo em que existe a formação de uma cápsula ao redor da prótese e esta cápsula se torna cada vez mais dura e rígida. Este processo é chamado de contratura capsular. Quando ele ocorre a paciente pode apresentar dor nas mamas, rigidez a palpação das mamas e até uma alteração do formato da mama. O tratamento da contratura capsular envolve a troca das próteses por próteses novas.

As próteses de silicone mais antigas costumavam apresentar contratura capsular por volta dos 10 anos de colocação. Por isso criou-se o estigma que, após 10 anos, as próteses deveriam ser trocadas. Atualmente, com a modernização da tecnologia de produção das próteses, a contratura ocorre numa freqüência muito menor. Estudo científico recente publicado na revista da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos realizado com 572 mulheres observou que o risco de desenvolver uma contratura após 10 anos foi de apenas 3,6%. Isso significa que mais de 95% das mulheres não tinham nenhum sinal de contratura após 10 anos de uso das próteses.

A referência do estudo é esta: https://journals.lww.com/plasreconsurg/Abstract/2017/12000/Mentor_Contour_Profile_Gel_Implants__Clinical.9.aspx

Por esse motivo, explico para minhas pacientes que não há necessidade de trocar as próteses após 10 anos, e que o tempo de validade da prótese é provavelmente em geral bem superior a esse período. Isso não significa que as próteses sejam permanentes, pois se ocorrer o desenvolvimento de contratura, não importa se de forma precoce ou mais tardia, haverá necessidade de trocar as próteses.

PlasticaMontano

Arte e Ciência

Dr Juan Carlos Montano Pedroso

Cirurgia Plástica em Moema

Será que eu preciso fazer um lifting das mamas ao colocar as próteses? Ou só colocar prótese de silicone resolve?

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Pacientes que estão descontentes com o tamanho e formato de suas mamas muitas vezes se perguntam se apenas colocar uma prótese de silicone resolveria seu problema, ou se elas precisam fazer também um lifting das mamas. Como descobrir qual seria seu caso?

Uma forma simples de fazer esta avaliação é examinar suas mamas de frente a um espelho. Veja sua aréola (pele mais escurecida ao redor do bico do seio) e a quantidade de pele normal ao redor da aréola. Se você observar uma quantidade de pele normal abaixo da sua aréola, isso significa que provavelmente você precisará apenas colocar próteses de silicone. Já se você não conseguir observar nenhuma pele abaixo da aréola, isso é um sinal de que provavelmente você precisará fazer uma cirurgia de lifting das mamas juntamente com a colocação das próteses de silicone.
É claro que outros fatores serão levados em consideração para definir qual o melhor procedimento para seu caso.

A informação sobre esta avaliação se encontra no artigo científico publicado pela revista da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, cujo resumo em inglês pode ser visto neste link:

https://journals.lww.com/plasreconsurg/Abstract/2006/12001/Augmentation_Mastopexy__A_3_Year_Review_of_a.21.aspx

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Dr Juan Carlos Montano Pedroso

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