Cintas Modeladoras Meias antitrombo
Em muitas cirurgias plásticas é comum a recomendação do uso de uma malha (também chamada de cinta) compressiva para uso após a cirurgia. A necessidade de compressão do tecido após a cirurgia está relacionada ao trauma às estruturas corporais envolvidas.
Vasos sanguíneos, linfáticos e fibras conectivas que ligam a pele a estruturas mais profundas podem ser alterados ou removidos durante a cirurgia. Hematomas, inchaço e desconforto são os resultados pós-operatórios desse trauma.
A compressão externa suave e delicada distribuída uniformemente na superfície da pele pode resultar em pressão adequada para forçar os fluidos a serem reabsorvidos, promovendo o processo de cicatrização, eliminando o inchaço excessivo, a tensão externa da pele e a dor.
Escolha da Cinta modeladora
Atualmente, existem muitos tipos, estilos e fabricantes diferentes de malhas de compressão disponíveis para vários procedimentos cirúrgicos. É importante que a malha tenha um tecido capaz de ser esticado em todas as direções, que seja suave, para evitar a tendência de enrugar e ondular e que tenha uma boa capacidade de absorção de líquidos, além de ser durável e antialérgica. (1)
A escolha do tamanho pode ser um desafio e para reduzir o risco de erros é muito importante que medidas sejam tiradas da(o) paciente. As zonas específicas do corpo que precisam ser medidas dependem do tipo de malha escolhida. A cintura, quadril e coxa são as três medidas mais utilizadas, porém as medidas de busto, braço e tornozelo podem ser necessárias dependendo do tipo de malha.
figura ilustrando mensuração de áreas corporais para escolha do tamanho da malha
Embora os pacientes possam perder medidas com a realização da cirurgia, o inchaço pós-operatório imediato geralmente faz com que o paciente fique aproximadamente do mesmo tamanho que tinha antes de ser operado por várias semanas após a cirurgia.
Portanto, é muito importante que o paciente experimente a malha antes de operar e que esta fique confortável no seu corpo com as medidas que o paciente apresenta antes da cirurgia. Na dúvida, um tamanho maior deve ser escolhido, pois é fundamental que a cinta não fique apertada após a cirurgia , caso contrário, ela poderá produzir depressões e irregularidades na pele, além de poder deixar o formato do umbigo alterado quando a cinta envolve esta região.
Ao fazer uso da malha, é importante que o paciente verifique se a malha não está ficando muito dobrada numa determinada região e se não está causando algum tipo de irregularidade na pele. Caso isso aconteça, deve alertar seu médico.
Caso o paciente desinche bastante após a cirurgia e a malha fique muito folgada, eventuais ajustes na malha poderão ser necessários. Porém, é sempre melhor ter de fazer ajustes depois do que correr o risco de ficar com a malha muito apertada desde o início.
Pacientes altos (mais 1,70 m) que necessitam de uma malha de compressão de corpo inteiro com sutiã podem ter um ajuste mais confortável usando duas malhas separadas, uma para a parte superior e outra para a parte inferior do corpo.
Em geral, é recomendado que o paciente adquirira pelo menos duas peças de malha. Isso permitirá que o paciente continue usando uma malha enquanto a outra está sendo lavada. (obs: Lavagem deve ser realizada com água e sabão neutro glicerinado. Não utilizar lavagem e secagem mecânica. Não torcer. Secar a sombra e em temperatura mínima. Não utilizar alvejantes. Não passar a ferro.)
A malha escolhida deve ser capaz de cobrir todas as regiões que serão operadas.
Assim, caso a cirurgia envolva a região do abdome e mama, um modelador tipo maiô pode ser apropriado.
Figura ilustrando modelador tipo maiô, para cirurgias que envolvam mama e abdome.
Para cirurgias que envolvam abdome, mama e braços, o modelador abaixo pode ser mais adequado.
Figura ilustrando modelador para cirurgias envolvendo abdome, mamas e braços.
Figura ilustrando modelador para o abdome
Figura ilustrando modelador para cirurgia das mamas.
Em cirurgias que envolvem a região abdominal , almofadas de proteção (também chamadas de espumas ou placas de contenção) são em geral indicadas para proteger o abdome e as laterais do corpo contra possíveis dobras da malha durante sua utilização. Essas placas são usadas abaixo da malha.
Figura ilustrando almofadas (espumas/placas) de proteção.
Em cirurgias de colocação de prótese mamária , quando o plano usado é o submuscular, uma faixa peitoral costuma ser indicada.
Faixa peitoral
Para cirurgias que envolvem a região do queixo, como a mentoplastia ou a lipo de papada , é comum a recomendação de uma faixa mentoneira.
Faixa Mentoneira
Para cirurgias que envolvem a região das orelhas, como a otoplastia , é comum a recomendação de uma faixa para as orelhas.
Faixa para Otoplastia
Para cirurgias que envolvem a região do tórax masculino, como a ginecomastia , é comum a recomendação de uma cinta tipo colete.
Colete para ginecomastia
As malhas de compressão são colocadas no(a) paciente pela equipe cirúrgica assim que termina a cirurgia.
As malhas de compressão normalmente são usadas 24 horas por dia, 7 dias por semana, por um período de 4 semanas, podendo eventualmente ser estendido para 3 meses, segundo orientação médica. Obviamente, as malhas são retiradas para o banho e recolocadas após o banho.
A faixa mentoneira deve ser usada por um período de 2 a 3 semanas. Já a faixa de otoplastia pode ser usada por duas semanas, sendo a primeira semana de uso contínuo e a segunda apenas ao dormir.
A trombose venosa é a doença que se caracteriza pela formação de coágulos, chamados de trombos, dentro das veias do paciente, por isso é chamada de venosa. Em geral esses trombos se formam nas veias profundas da batata da perna, originando a Trombose Venosa Profunda, também conhecida por TVP. Quando esse trombo, ou coágulo, se desprende, ele começa a circular dentro do sistema venoso do paciente. Este trombo que circula é chamado de êmbolo. Estudos indicam que pode ocorrer embolia em até 6% dos pacientes que apresentam trombose. (2)
Após se desprender, o êmbolo passa a trafegar dentro do sistema circulatório do paciente. Ele pode então eventualmente entupir uma artéria, fenômeno conhecido por embolia. Quando a artéria entupida é uma artéria do pulmão, temos a chamada embolia pulmonar. Os fenômenos que envolvem a formação de trombos e êmbolos nas veias são chamados de Tromboembolismo Venoso (TEV).
A principal causa de tromboembolismo é o paciente ficar imóvel e na mesma posição por muito tempo, o que pode acontecer, por exemplo, durante uma viagem de avião ou durante um procedimento cirúrgico. Além disso, outros fatores também podem aumentar o risco de desenvolver tromboembolismo em uma pessoa que irá fazer uma cirurgia.
Uma das maneiras de se reduzir o risco de tromboembolismo é o uso de meias antitrombose durante a cirurgia e nos primeiros dias pós-operatórios. (3) A compressão elástica desvia o sangue dos sistemas venosos superficiais para os profundos, evitando que o sangue fique “parado”, o que pode contribuir para formação de um trombo.
Escolha da meia antitrombo
A meia que deve ser escolhida é uma meia antitrombose. Cuidado para não adquirir outros tipos de meias que não sejam específicas para evitar a trombose. As meias antitrombose em geral são fabricadas na cor branca. Elas apresentam uma compressão que varia de 18-23 mmHg. (mmHg é a unidade de medida de pressão utilizada e representa a pressão em milímetros de mercúrio). A meia deve ser do tipo 7/8, ou seja, aquela que veste do calcanhar até o início da coxa.
Figura ilustrando meia antitrombo
Para a escolha do tamanho da meia é necessário tirar as medidas da coxa, abaixo do joelho, na panturrilha e no tornozelo, além da altura da virilha até a sola do pé , conforme ilustra a figura abaixo. Depois, com essas medidas, é possível definir o tamanho da meia ideal, que pode variar de acordo com o fabricante.
Figura ilustrando pontos de medição para escolha da meia antitrombose
A meia deve ser colocada pouco antes do início da cirurgia.
Não há um consenso sobre quanto tempo um paciente deve usar a meia antitrombose após a cirurgia. Muitos estudos avaliaram o uso das meias por um período que variou de quatro a sete dias após a cirurgia. (4) É importante que o paciente faça uso da meia caso não esteja conseguindo fazer pequenas caminhadas. Se já está conseguindo caminhar sozinho e a meia está incomodando, não há necessidade de manter o uso da meia.
1. Gladfelter J. Compression garments 101. Plast Surg Nurs. 2007 Apr-Jun;27(2):73-7; quiz 78-9. doi: 10.1097/01.PSN.0000278235.87964.f5. PMID: 17565300.
2. Wu AR, Garry J, Labropoulos N. Incidence of pulmonary embolism in patients with isolated calf deep vein thrombosis. J Vasc Surg Venous Lymphat Disord. 2017 Mar;5(2):274-279. doi: 10.1016/j.jvsv.2016.09.005. Epub 2016 Dec 14. PMID: 28214497.
3. Christopher J Pannucci, MD, Venous Thromboembolism in Aesthetic Surgery: Risk Optimization in the Preoperative, Intraoperative, and Postoperative Settings, Aesthetic Surgery Journal, Volume 39, Issue 2, February 2019, Pages 209–219
4. Sachdeva A, Dalton M, Amaragiri SV, Lees T. Elastic compression stockings for prevention of deep vein thrombosis. Cochrane Database of Systematic Reviews 2010, Issue 7. Art. No.: CD001484. DOI: 10.1002/14651858.CD001484.pub2.
Publicado em: 31/10/2022
Revisado em: 31/10/2022
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