Indicação Como se preparar para o procedimento Exames Pré-operatórios Como é o procedimento Anestesia Período de Internação Cicatriz Curativos Pontos Recuperação Pós-Cirúrgica Evolução Pós-Cirúrgica Outros Detalhes Riscos Potenciais Benefícios
A mamoplastia de aumento é a cirurgia que envolve a obtenção do aumento mamário através da colocação de próteses de silicone. As próteses podem ser colocadas acima ou abaixo do músculo peitoral. O plano em que a prótese é colocada, o local do corte assim como o formato, volume e projeção da prótese dependem de uma série de fatores e devem ser discutidos durante a consulta médica.
Pacientes com mamas de pouco volume podem ser candidatas a uma cirurgia de mamoplastia de aumento através da colocação de próteses de silicone. Embora não existam medidas objetivas para diagnosticar mamas de pequeno volume, a cirurgia de mamoplastia de aumento é especialmente indicada para pacientes que apresentam uma quantidade de tecido mamário pequena o suficiente para causar consequências negativas na sua autoestima e na sua qualidade de vida.
Mamas consideradas bonitas apresentam 4 características: a porção da mama localizada abaixo do mamilo (polo inferior da mama) é um pouco mais volumosa que o volume de mama localizado acima do mamilo (polo superior da mama); a angulação do mamilo é um pouco para cima, a inclinação do polo superior da mama é em linha reta ou ligeiramente côncava, e o polo inferior da mama é em forma de uma “barriguinha”. (1)
Além disso, a estética das mamas é definida por um conjunto de dimensões ideais da mama derivadas de padrões estatísticos, que incluem uma distância entre o começo do osso esterno (osso localizado no meio do tórax) e o mamilo de 19 a 21 cm, uma distância entre o mamilo e o sulco abaixo da mama (sulco inframamário) de 5 a 6 cm, e uma distância do mamilo à linha média do tórax de 9 a 11 cm.
Com base nessas dimensões, é possível obter-se um triângulo de lados iguais formado entre os mamilos e o começo do osso esterno, com uma distância média de 21 cm de cada lado. Tal triângulo representa a simetria e proporcionalidade ideais das mamas. Deve-se enfatizar que essas dimensões ideais da mama têm o objetivo de servir apenas de guia e não podem ser aplicáveis em todas as pacientes.
Figura ilustrando dimensões e características ideais das mamas femininas.
Algumas pacientes se perguntam se elas podem ser candidatas apenas a colocação de próteses de silicone ou se elas necessitam, além da colocação dos implantes, também fazer um procedimento para “levantar” as mamas, a chamada mastopexia.
Em geral, para não haver necessidade de mastopexia, o mamilo deve estar no mesmo nível do sulco inframamário ou acima dele; tanto o mamilo como a aréola devem ser completamente visíveis quando as mamas são vistas de frente com a paciente em pé, com alguma porção de pele abaixo da aréola também visível; o polo inferior da mama pode ter uma leve queda abaixo do sulco inframamário em não mais do que 2 cm, e a distância do mamilo até o sulco inframamário não deve ser maior do que 8 cm.
Figuras ilustrando três tipos diferentes de mama. Na figura da mama mais acima, o mamilo se encontra no mesmo nível do sulco inframamário e, de frente, é possível observar completamente a aréola e uma porção de pele abaixo da aréola. Este é o tipo de mama em que não há necessidade de se realizar uma mastopexia e a paciente pode realizar a colocação de próteses sem mastopexia. Nas figuras do meio e mais inferior, o mamilo se encontra abaixo do nível do sulco inframamário e não é possível observar pele normal abaixo da aréola. Tais mamas são fortes candidatas a uma mastopexia.
No exame clínico, é importante também uma avaliação do tórax da paciente. Existem deformidades torácicas que podem impactar no tratamento e no resultado final de uma cirurgia de colocação de próteses.
Além disso, é importante avaliar se o(a) paciente está em condições para realizar a cirurgia com segurança . Também é importante avaliar se o(a) paciente está bem do ponto de vista psicológico para fazer o procedimento.
A paciente deve passar em consulta com o dr. Juan Montano , realizar exames pré-operatórios, assim como definir um hospital de sua escolha e data do procedimento para o agendamento da sua cirurgia. É necessário jejum antes da cirurgia.
Também é preciso evitar o uso de certos medicamentos que podem aumentar o risco de sangramento, como aspirina, cerca de 7 dias antes da cirurgia. Alguns medicamentos, como a sibutramina, precisam ser suspensos 15 dias antes da cirurgia. Para uma lista completa dos medicamentos a serem evitados, clique aqui .
Convém não fumar nem usar anticoncepcionais orais pelo menos 1 mês antes da cirurgia. Também, caso a paciente tenha amamentado, recomenda-se aguardar um período de pelo menos 6 meses após o término da amamentação para realizar a colocação de implantes de silicone. Outras recomendações para a preparação para cirurgia podem ser obtidas aqui .
Checklist para a véspera e o dia da cirurgia:
o Jejum. Para ver o tempo apropriado de jejum, clique aqui.
o Não ingerir bebidas alcóolicas na véspera da cirurgia
o Trazer todos os seus exames
o Trazer sua medicação habitual
o Vestir a meia anti-trombose
o Trazer a cinta/malha (caso não a tenha adquirido conosco)
o Trazer objetos de higiene pessoal (escova de dente, escova de cabelo, etc), chinelo e uma roupa confortável (blusas largas com botão na frente, calças largas) e fácil de vestir para quando for de alta
o Não levar jóias ou outros objetos de metal
o Tomar sua medicação normalmente com o mínimo de água (salvo se foi alertado algo ao contrário em consultas prévias)
o Internar 2h antes da cirurgia
Em geral, para esta cirurgia solicitam-se os seguintes exames: exames de sangue (hemograma, coagulograma, sódio, potássio, creatinina, glicemia, proteína C reativa, homocisteína, anticoagulante lúpico, ferritina), exame de urina, Raio-X de tórax e eletrocardiograma. Também é comum a solicitação do ultrassom de mamas. Para as mulheres acima de 35 anos recomenda-se a mamografia, em conjunto com a ultrassonografia.
A texturização dos implantes foi desenvolvida para reduzir o risco de contratura capsular e para aumentar a adesão da prótese aos tecidos. A contratura capsular refere-se ao espessamento, endurecimento e contração que ocorre na membrana que reveste a prótese e que pode causar deformidade e dor na mama da paciente. A texturização é um processo na produção da prótese em que se produz uma rugosidade na superfície da prótese de silicone.
Prótese lisa: Apresenta altos índices de contratura capsular, e por isso é pouco utilizada.
Prótese com microtextura ou nanotextura: Apresenta baixos índices de contratura capsular, por isso é muito utilizada.
Prótese com macrotextura: embora apresente baixos níveis de contratura capsular, esta textura tem sido associada ao desenvolvimento do BIA-ALCL, um tipo raro de linfoma.
Prótese com Poliuretano: embora apresente baixos níveis de contratura capsular, tem a superfície parecida com um velcro, promovendo alta aderência aos tecidos, sendo mais difícil de ser manipulada, exigindo incisão maior para ser colocada e apresentando maior dificuldade para ser removida.
Figura ilustrando diferentes tipos de textura das próteses de silicone.
Existem três tipos de formato de próteses de silicone: as próteses redondas, as próteses anatômicas e as próteses cônicas.
As próteses redondas, como o próprio nome diz, têm a sua base com formato completamente circular e sua parte superior mais arredondada. Já as próteses anatômicas são aquelas que apresentam um formato tipo pêra, ou gota, também chamado “natural”, no qual um polo da prótese tem menor volume que o outro polo. As próteses cônicas possuem a base redonda e a parte superior mais pontuda.
Figura ilustrando diferentes formatos de prótese.
As próteses anatômicas podem ter uma indicação maior em relação às próteses redondas principalmente em três situações:
– Pacientes com quase nenhum tecido mamário presente;
– Pacientes que apresentam o polo inferior da mama muito pouco desenvolvido, tal como pacientes que apresentam a deformidade da mama conhecida como mama tuberosa;
– Pacientes com certas deformidades na parede do tórax. (2)
As indicações para o uso das próteses cônicas ainda não estão bem definidas na literatura científica, podendo ser mais indicadas nas pacientes que desejam uma maior projeção da região do mamilo.
Tirando as situações mencionadas previamente, as próteses redondas são as mais indicadas. As próteses redondas são capazes de fornecer resultados estéticos bastante satisfatórios e naturais. Em um grande estudo de revisão que comparou o uso de próteses anatômicas versus redondas, nenhuma superioridade estética foi encontrada no grupo da prótese anatômica em comparação com a prótese redonda. (3)
O fator mais importante para definir o volume da prótese de silicone é a medida da base da mama em centímetros. A partir dessa medida, desconta-se a espessura de pele localizada em cada canto da base da mama (as medidas Y e Z na figura abaixo). Desse resultado, é possível saber a medida da base da prótese de silicone que é possível colocar na mama.
Próteses com bases maiores do que aquela que foi calculada irão ultrapassar os limites naturais da mama, tornando o resultado artificial e potencialmente insatisfatório. Portanto, os volumes de próteses a serem escolhidos devem apresentar um diâmetro em suas bases que respeitem esse limite da paciente.
Figura ilustrando a mensuração da base da mama (X). Desse valor, desconta-se a espessura de pele nos cantos das mamas (Y e Z), obtendo-se o valor máximo de diâmetro da prótese que é possível colocar na paciente. Os volumes de prótese que podem ser colocados devem possuir uma base que respeite este limite.
De uma maneira geral e aproximada, pode-se correlacionar as medidas da base da mama com os seguintes volumes de prótese de silicone (4):
Base da Mama (cm)
10,5
11,0
11,5
12,0
12,5
13,0
13,5
14,0
14,5
15,0
Volume da Prótese (ml)
200
250
275
300
325
350
375
400
As próteses de silicone apresentam 4 diferentes perfis: baixo, moderado, alto e super alto. Para um mesmo volume de prótese, uma prótese de perfil mais alto terá uma base menor e uma altura maior.
Por exemplo, na marca de prótese Mentor, da Jhonson & Jhonson, uma prótese de 350 ml no perfil alto tem 11,7 cm de diâmetro e 4,9 cm de altura, enquanto uma prótese com os mesmos 350 ml no perfil super alto tem 10,3 cm de diâmetro e 5,4 cm de altura, sendo, portanto, mais estreita e mais alta.
Figura ilustrando os diferentes perfis de prótese de silicone.
Um dos principais fatores a serem analisados para a escolha do melhor perfil é a largura do tórax da paciente.
Pacientes com tórax mais alargado podem se beneficiar mais de próteses com bases mais largas, enquanto pacientes com tórax mais estreito podem tirar mais benefícios de próteses de bases mais estreitas e, portanto, de perfis mais altos.
Outro ponto a ser analisado é a distância entre as duas mamas. Pacientes com mamas muito separadas uma da outra ficarão com um aspecto de uma separação ainda maior caso utilizem próteses com base muito estreita e perfil mais alto.
Um terceiro fator a ser avaliado é a flacidez de pele na região dos seios. Pacientes com maior flacidez de pele podem se beneficiar da colocação de um perfil mais alto que possibilite um maior preenchimento e “estique” mais a pele para melhorar sua flacidez.
Figura ilustrando avaliação da flacidez de pele dos seios.
Em geral, o perfil de prótese de silicone mais usado nas cirurgias é o perfil alto. Independentemente do perfil a ser utilizado, é importante que a mensuração da base do implante respeite os limites da paciente.
Existem 4 locais possíveis de incisão para colocação de próteses de silicone nas mamas: inframamário (no sulco inframamário), periareolar (em semicírculo na linha que separa a aréola da pele normal), transaxilar (através da axila) e periumbilical (uma incisão acima do umbigo). (5)
Esta incisão tem a vantagem de não deixar nenhuma cicatriz na mama. Entretanto, ela apresenta um risco maior de mal posicionamento da prótese, o risco de uma nova cirurgia é maior e a cirurgia em si é mais dolorosa.
Esta incisão é indicada quando a paciente apresenta uma deformidade da mama conhecida por mama tuberosa. A mama tuberosa é uma deformidade em que o desenvolvimento da mama sofreu uma alteração devido a presença de um anel fibroso na região das aréolas, fazendo com que a mama geralmente fique com:
– aréolas muito grandes e protuberantes
– polo inferior da mama estreito e pouco desenvolvido.
Como existe a necessidade de desfazer o anel fibroso da aréola durante a cirurgia da correção da mama tuberosa, a incisão periareolar é a mais indicada.
Figura ilustrando paciente com mamas tuberosas
A incisão periareolar não pode ser utilizada quando as aréolas são muito pequenas (menores de 3 cm de diâmetro) ou quando a coloração da aréola é muito parecida com a da pele normal, pois a cicatriz fica mais aparente. Alguns estudos sugerem que a via periareolar possa estar associada a maior taxa de contratura capsular das próteses e há maior risco de afetar a sensibilidade da aréola.
A incisão inframamária é a mais utilizada, por proporcionar amplo acesso para colocação dos implantes, seja abaixo do tecido mamário (subglandular) como abaixo do músculo (submuscular). Além disso, a cicatriz tende a ficar quase imperceptível com o passar do tempo na maioria das pacientes.
A incisão periumbilical pode ser utilizada para colocação de próteses salinas, que são próteses feitas a base de uma solução contendo soro fisiológico ao invés de silicone. Como a prótese é colocada vazia, como se fosse uma bexiga murcha, ela pode ser colocada através de uma incisão muito pequena, como aquela que é feita no umbigo.
Depois de introduzida vazia no local onde a prótese irá ficar, a prótese é preenchida com soro. As próteses salinas apresentam várias desvantagens, como risco de alteração do formato, perda de volume, dobras e altos índices de contratura e por tais motivos praticamente não são utilizadas no Brasil.
Existem basicamente dois planos, ou locais, em que as próteses de silicone podem ser colocadas: logo abaixo da glândula mamária (plano subglandular) ou logo abaixo do músculo peitoral (plano submuscular).
Figura ilustrando prótese de silicone colocada no plano subglandular. A prótese fica logo abaixo da glândula mamária e acima do músculo peitoral e da sua fáscia. A fáscia é uma fina camada de tecido que recobre o músculo.
Figura ilustrando prótese de silicone colocada no plano submuscular. A prótese fica abaixo do músculo peitoral e da sua fáscia e acima das costelas. Um corte é feito no músculo para que a prótese possa ser colocada nesse plano.
Para escolha do plano ideal para colocação dos implantes, deve-se realizar a mensuração da espessura do tecido do polo superior da mama com um paquímetro.
Caso esta medida seja maior que 2 cm, é possível colocar a prótese abaixo da glândula mamária (plano subglandular), pois isso é um indicativo que há uma espessura de pele e tecido mamário suficiente para proteger e cobrir a prótese, de modo que seu contorno não fique tão visível.
Já se a espessura do polo superior da mama for menor que 2 cm, é indicado colocar a prótese abaixo do músculo, para que o músculo ajude a proteger e cobrir a prótese e o risco do aparecimento de ondulações na pele causadas pela presença da prótese da mama seja menor.
Figura ilustrando mensuração da espessura do polo superior da mama com um paquímetro. Esta medida ajuda a definir se a prótese deve ser colocada acima ou abaixo do músculo.
Embora alguns estudos sugeriram que o plano submuscular favoreça a visualização do tecido mamário na mamografia e tenha uma incidência menor de contratura da cápsula, em geral, opta-se sempre que possível por colocar a prótese no plano subglandular.
Não existem evidências de que as próteses no plano subglandular afetem o quadro de um câncer de mama. Além disso, a colocação no plano submuscular é mais traumática e dolorosa, e tem mais risco de deformidades na estética do tórax ao se contrair o músculo peitoral.
Realiza-se a incisão no local programado previamente na consulta (na figura, no sulco inframamário).
Figura ilustrando corte inicial da cirurgia de colocação de prótese de silicone.
Com auxílio de instrumentos, cria-se uma loja, ou seja, um espaço para colocação da prótese. Esta loja pode ser criada abaixo ou acima do músculo peitoral, conforme estabelecido previamente na consulta. Caso ela seja feita abaixo do músculo, uma parte do músculo precisa ser cortada.
Figura ilustrando confecção da loja para colocação da prótese de silicone.
A prótese previamente escolhida na consulta é então colocada dentro da loja que foi criada. Os tecidos ao redor da prótese são manuseados com os dedos das mãos para que se acomodem melhor ao redor da prótese.
Em geral, antes da colocação da prótese, moldes provisórios de diferentes tamanhos são colocados para se certificar que o volume da prótese previamente estabelecido na consulta é de fato o ideal. Em alguns casos, pode ser que o volume optado para ser colocado seja diferente daquele que se acreditava ser o ideal durante a avaliação antes da cirurgia.
Figura ilustrando colocação da prótese dentro da loja criada e manipulação dos tecidos para melhor acomodação ao redor da prótese.
Uma vez a prótese colocada na sua posição final, a incisão é fechada através de fios de sutura em diferentes planos, para uma melhor proteção do implante.
Figura ilustrando o início do fechamento da incisão da colocação da prótese de silicone.
Geral. Para maiores informações sobre anestesia, clique aqui .
12h a 24 horas.
A cicatriz pode ficar localizada no sulco inframamário, na margem da parte inferior da aréola ou na axila. A escolha da posição da cicatriz dependerá das características da mama de cada paciente, sendo a mais utilizada a que fica no sulco inframamário.
Independentemente do local da cicatriz, as cicatrizes das cirurgias de colocação de próteses de silicone tendem a ficar quase imperceptíveis com o passar do tempo.
Um curativo impermeável é colocado e permanecerá sem necessidade de troca por 1 semana, sendo realizados curativos simples nas 2 semanas seguintes, seguido do uso de uma placa de silicone por três meses.
Haverá uso de malha (sutiã) compressiva nos primeiros 30 dias. Em pacientes que colocaram próteses no plano submuscular, uma faixa estabilizadora poderá ser indicada, além do sutiã, para ajudar a manter a prótese na sua posição.
É recomendado passar na pele um produto chamado bio-oil já nos primeiros dias após a cirurgia.
Muitas vezes esta cirurgia é feita com fios absorvíveis na pele, não havendo a necessidade de retirada de pontos. Eventualmente alguns pontos não absorvíveis poderão ser usados e serão retirados com 7 a 15 dias da cirurgia.
Recomenda-se um repouso relativo por um período de aproximadamente 1 a 2 semanas. Neste período a paciente deverá evitar esforços físicos, dirigir, expor-se desnecessariamente ao ambiente externo ou movimentar excessivamente os braços (além da altura do ombro). Recomenda-se evitar dormir de bruços nos primeiros 30 dias após a cirurgia.
Já é possível tomar banho no dia seguinte a cirurgia. Orienta-se que o paciente pratique alguns exercícios respiratórios, para evitar complicações. Exercícios para ativar a circulação das pernas também são recomendados. Também se recomenda que o paciente faça uma alimentação balanceada .
Atividade física leve deve ser iniciada somente após 15 dias e atividades mais intensas após 1 mês. Exposição ao sol é apenas recomendada após 3 meses da cirurgia.
A técnica de recuperação rápida de 24 horas, ou R24R ( Real 24 Recover), foi proposta pelo cirurgião plástico americano John Tebbets em 2002 em pacientes submetidas a colocação de próteses de silicone.(5) Tal técnica envolve o uso de boas práticas cirúrgicas, como a cuidadosa cauterização de todos os vasos sanguíneos, visualização direta de todo a região a ser dissecada, entre outras, visando a rápida recuperação da paciente para que ela possa retornar a suas atividades habituais apenas 24 horas após a cirurgia. Todas estas boas práticas são utilizadas pelo dr. Juan Montano em suas cirurgias.
Entretanto, o dr. Juan Montano recomenda que o retorno às atividades habituais seja avaliado caso a caso, sendo recomendado que a paciente tenha programado um período de sete dias para sua recuperação, sendo que tal período poderá ser antecipado caso a paciente apresente uma excelente recuperação. Tal postura mais conservadora deve-se ao fato de que não há estudos de alto nível de evidência científica que tenham demonstrado que liberar a paciente a suas atividades habituais com apenas 24 horas de cirurgia seja de fato seguro e confortável para a paciente.
Pode haver inchaço, equimoses (pele de coloração roxa) e leve desconforto nas primeiras duas semanas.
A cicatriz cirúrgica passa por diferentes fases:
A) Período imediato: Vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
B) Período mediato: Vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança na tonalidade de sua cor, passando de “vermelho” para o “marrom”, que vai, aos poucos, clareando.
C) Período tardio: Vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente. Pode haver redução da sensibilidade do mamilo e da pele do polo inferior da mama.
O resultado definitivo da cirurgia é apenas obtido após 12 meses da cirurgia.
A agência americana Food and Drug Administration (FDA) recomenda que as pessoas com próteses de silicone realizem exames de ressonância magnética para avaliar “ruptura silenciosa” 3 anos após a cirurgia inicial e a cada 2 anos depois disso.
Quando uma prótese de silicone se rompe, ela pode passar despercebida porque o silicone tende a ficar preso no tecido ao redor. Isso é conhecido como ruptura silenciosa.
Em alguns casos, é possível complementar a cirurgia de colocação de próteses de silicone com volume de gordura obtido da própria paciente. Esta gordura é retirada através de lipoaspiração , um procedimento chamado de lipoenxertia . A gordura é geralmente injetada nos pólos superiores das mamas para salientar o contorno da região.
Um estudo de revisão abordou as complicações da cirurgia de colocação de próteses de silicone (6). Segundo esta revisão, hematoma e infecção ocorrem em menos de 1% dos casos.
Um estudo com mais de 3.500 pacientes que colocaram próteses de mama e foram acompanhadas por um período de 5 anos não encontrou alterações na capacidade de amamentação. (7)
A ruptura das próteses é um evento raro, sendo estimada em cerca de 1,1% com próteses da marca Mentor. (8)
A incidência de uma nova cirurgia num período de 10 anos varia de 0 a 36% em diferentes estudos, sendo a mal posição do implante e a chamada contratura capsular as principais causas da realização de uma nova cirurgia. (6)
Em um estudo com 955 pacientes que colocaram próteses da marca Mentor e foram acompanhadas por um período de 10 anos, a taxa de reoperação foi de 22,3%. (8) As principais causas para reoperação relacionadas a colocação das próteses foram: pedido de mudança de volume da prótese, assimetria, contratura capsular e enrugamento.
O enrugamento, o qual ocorre em 5% das pacientes, é o efeito que pode fazer com que a pele das mamas pareça ter ondulações e apresenta maior risco de ocorrer em pacientes muito magras. Uma forma de reduzir esse risco é colocar as próteses abaixo do músculo em pacientes muito magras.
A contratura capsular refere-se ao espessamento, endurecimento e contração que ocorre na membrana que reveste a prótese.
Em todas as pacientes que colocam prótese de silicone forma-se uma membrana fina e delicada ao redor das próteses. Em algumas pacientes, com o passar dos anos, esta membrana, que no início era fina e frágil (grau I), pode ficar espessa, endurecida e contraída, o que pode fazer com que a prótese fique facilmente palpável (contratura grau II), ocorra deformidade visível na mama (contratura grau III) e até mesmo dor na mama da paciente (contratura grau IV).
As primeiras próteses de mama a serem fabricadas, de tecnologia mais antiga, tinham altas taxas de contratura por volta dos 10 anos de colocação dos implantes. Por tal motivo, criou-se uma “regra”, já ultrapassada, de que as próteses tinham validade de 10 anos e deveriam ser trocadas após esse período.
Atualmente as próteses são mais modernas. No estudo com 955 pacientes que colocaram próteses da marca Mentor e foram acompanhadas por um período de 10 anos, a incidência de contratura foi de apenas 3,6% após 10 anos.
Portanto, as próteses de silicone atuais não apresentam mais um “prazo de validade” definido, o que não significa que elas sejam para a vida toda. Caso as próteses venham a desenvolver um grau maior de contratura capsular (graus III ou IV) ao longo dos anos após sua colocação, ou algum grau de ruptura que cause sintomas, elas deverão ser retiradas e trocadas.
Algumas pacientes que colocaram próteses de silicone têm relatado uma série de sintomas que surgiram após a cirurgia. Esses sintomas incluem, por exemplo, cansaço, dores nas articulações e nos músculos, perda de cabelo, entre outros. O termo utilizado entre o público para se referir a esse conjunto de sintomas é “doença do silicone.”
Atualmente, a agência americana Food and Drug Administration (FDA) afirma que a doença do silicone não é reconhecida como diagnóstico médico formal e não há testes específicos ou critérios reconhecidos para sua definição.
Entidades que representam a cirurgia plástica no mundo, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS), adotam a mesma postura e enfatizam que, até o momento, não há evidências científicas definitivas que sustentem a ligação entre implantes mamários e a chamada doença do silicone.
O BIA-ALCL (Linfoma Anaplásico de Células Grandes Associado ao Implante de Mama) é um linfoma muito raro associado a colocação de próteses de mama, em especial, as que apresentam macrotextura. Todos os casos de BIA-ALCL com doença confinada à cápsula que foram diagnosticados e tratados com a retirada completa da cápsula (capsulectomia total) foram curados até o momento, sem a necessidade de quimioterapia ou outros tipos de tratamento.
A maioria (80%) das pacientes acometidas apresenta como sintoma inicial uma formação tardia e espontânea de seroma (acúmulo de líquido) ao redor da prótese cerca de 7 a 10 anos (variação de 1 a 28 anos) após a colocação das próteses. Trata-se de uma doença muito rara. Estima-se que o BIA-ALCL ocorra em 1 a cada 30 mil pacientes que colocam próteses de mama (10).
Segundo uma grande revisão científica (6), vários estudos mostraram a satisfação da paciente após a colocação próteses de mama variando de 85% a 95%, incluindo aumento da autoconfiança, melhoria da imagem corporal e até melhor funcionamento sexual.
1. Mallucci P, Branford OA. Concepts in aesthetic breast dimensions: analysis of the ideal breast. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2012 Jan;65(1):8-16. Doi: 10.1016/j.bjps.2011.08.006. Epub 2011 Aug 24. PMID: 21868295.
2. Hedén P, Montemurro P, Adams WP Jr, Germann G, Scheflan M, Maxwell GP. Anatomical and Round Breast Implants: How to Select and Indications for Use. Plast Reconstr Surg. 2015 Aug;136(2):263-272. Doi: 10.1097/PRS.0000000000001474. PMID: 26218376.
3. Cheng F, Cen Y, Liu C, Liu R, Pan C, Dai S. Round versus Anatomical Implants in Primary Cosmetic Breast Augmentation: A Meta-Analysis and Systematic Review. Plast Reconstr Surg. 2019 Mar;143(3):711-721. Doi: 10.1097/PRS.0000000000005371. PMID: 30601325.
4. Tebbetts JB, Adams WP. Five critical decisions in breast augmentation using five measurements in 5 minutes: the high five decision support process. Plast Reconstr Surg. 2005 Dec;116(7):2005-16. PMID: 16327616.
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6. Hidalgo DA, Spector JÁ. Breast augmentation. Plast Reconstr Surg. 2014 Apr;133(4):567e-583e. doi: 10.1097/PRS.0000000000000033. PMID: 24675209.
7. Mark L Jewell, MD, Michael C Edwards, MD, FACS, Diane K Murphy, MBA, Andrew Schumacher, PhD, Lactation Outcomes in More Than 3500 Women Following Primary Augmentation: 5-Year Data From the Breast Implant Follow-Up Study, Aesthetic Surgery Journal, Volume
8. Hillard C, Fowler JD, Barta R, Cunningham B. Silicone breast implant rupture: a review. Gland Surg. 2017 Apr;6(2):163-168. Doi: 10.21037/gs.2016.09.12. PMID: 28497020; PMCID: PMC5409893.
9. Hammond DC, Canady JW, Love TR, Wixtrom RN, Caplin DA. Mentor Contour Profile Gel Implants: Clinical Outcomes at 10 Years. Plast Reconstr Surg. 2017 Dec;140(6):1142-1150. Doi: 10.1097/PRS.0000000000003846. PMID: 29176413.
10. DeCoster RC, Lynch EB, Bonaroti AR, Webster JM, Butterfield TA, Evers BM, Vasconez HC, Clemens MW. Breast Implant-associated Anaplastic Large Cell Lymphoma: An Evidence-based Systematic Review. Ann Surg. 2021 Mar 1;273(3):449-458. Doi: 10.1097/SLA.0000000
Publicado em: 31/10/2022
Revisado em: 15/07/2023
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