A lipodistrofia ginóide, ou “celulite” é uma alteração que se manifesta como ondulações da pele, causando uma aparência conhecida como “casca de laranja”, frequentemente vista nas regiões dos glúteos e das coxas de mulheres.
Ela está presente em cerca de 85% a 90% das mulheres pós-adolescentes e, devido às diferenças sexuais na arquitetura da pele, ocorre com muito menos frequência em homens.
Vários fatores estão associados com o desenvolvimento da celulite, entre eles o envelhecimento, a hereditariedade, os hormônios, o peso e sexo. A causa da celulite é ainda pouco conhecida, sendo apontado com frequência fatores circulatórios, inflamatórios assim como alterações da estrutura do tecido gorduroso.
Existem vários tratamentos propostos para a celulite, sendo que muitos apresentam uma série de limitações. Dentre os tratamentos cirúrgicos, o mais estudado e divulgado nos meios científicos é o procedimento conhecido por Subcisão.
A celulite se apresenta como ondulações e irregularidades na pele, com aspecto de casca de laranja, tipicamente nas mulheres, frequentemente nas coxas e nádegas. Uma das classificações mais usadas para a celulite a divide em quatro diferentes graus (1):
Grau 0: sem alterações da superfície da pele;
Grau I: a superfície da área afetada é plana quando a pessoa está deitada ou em pé, mas as alterações podem ser vistas quando se pinça a área com os dedos ou sob contração da musculatura;
Grau II: aspecto em pele de laranja é evidente quando a pessoa está em pé sem nenhuma manipulação (pinçamento ou contração muscular);
Grau III: as alterações descritas no Grau II estão presentes e associadas a sobrelevações e nodulações.
As pacientes com celulite graus II e III podem ter indicação para o tratamento cirúrgico da celulite com a Subcisão.
Além disso, é importante avaliar se o(a) paciente está em condições para realizar a cirurgia com segurança . Também é importante avaliar se o(a) paciente está bem do ponto de vista psicológico para fazer o procedimento.
Figura ilustrando paciente com lado do corpo normal (lado esquerdo) e lado do corpo com celulite (lado direito).
O(a) paciente deve passar em consulta com o dr. Juan Montano , realizar exames pré-operatórios, assim como definir um hospital de sua escolha e data do procedimento para o agendamento da sua cirurgia. É necessário jejum antes da cirurgia.
Também é preciso evitar o uso de certos medicamentos que podem aumentar o risco de sangramento, como aspirina, cerca de 7 dias antes da cirurgia. Alguns medicamentos, como a sibutramina, precisam ser suspensos 15 dias antes da cirurgia. Para uma lista completa dos medicamentos a serem evitados, clique aqui .
Convém não fumar nem usar anticoncepcionais orais pelo menos 1 mês antes da cirurgia. Outras recomendações para a preparação para cirurgia podem ser obtidas aqui .
Checklist para a véspera e o dia da cirurgia:
o Jejum. Para ver o tempo apropriado de jejum, clique aqui.
o Não ingerir bebidas alcóolicas na véspera da cirurgia
o Trazer todos os seus exames
o Trazer sua medicação habitual
o Vestir a meia anti-trombose
o Trazer a cinta/malha (caso não a tenha adquirido conosco)
o Trazer objetos de higiene pessoal (escova de dente, escova de cabelo, etc), chinelo e uma roupa confortável (blusas largas com botão na frente, calças largas) e fácil de vestir para quando for de alta
o Não levar jóias ou outros objetos de metal
o Não usar maquiagem/esmalte
o Não usar megahair ou qualquer aplique no cabelo/cílios
o Tomar sua medicação normalmente com o mínimo de água (salvo se foi alertado algo ao contrário em consultas prévias)
o Internar 2h antes da cirurgia
Em geral, para esta cirurgia solicitam-se os seguintes exames: exames de sangue (hemograma, coagulograma, sódio, potássio, creatinina, glicemia, proteína C reativa), exame de urina, Raio-X de tórax e eletrocardiograma.
As áreas de celulite são marcadas com uma caneta com a paciente em pé. Para auxiliar a identificação das áreas a serem tratadas, uma lanterna ou outra forma de iluminação é utilizada a fim de se criarem sombras, evidenciando melhor as irregularidades características da celulite.
Após a anestesia da paciente, as áreas marcadas são infiltradas com uma solução contendo soro fisiológico e adrenalina, para reduzir o sangramento.
Utiliza-se um instrumento semelhante a uma cureta, o qual é introduzido na pele ao redor da celulite através de uma pequena incisão. Com este instrumento, realizam-se movimentos paralelos a superfície para cortar os septos cutâneos e traves fibrosas que são responsáveis pelas irregularidades características da celulite. O trauma causado pelo instrumento também pode contribuir para a formação de colágeno.
Figura ilustrando o corte de septos fibrosos causadores da celulite (Subcisão).
Numa segunda etapa, é realizada uma pequena lipoaspiração para retirada de gordura. Esta gordura é processada e reaplicada abaixo da pele nas áreas de celulite. A gordura é distribuída delicadamente por todas as regiões onde o rompimento cirúrgico dos septos e traves foi realizado, com o objetivo de obter uma superfície lisa, regular e homogênea.
Figura ilustrando a realização da injeção de gordura nas áreas de celulite, para deixar a superfície mais regular.
Preferencialmente anestesia geral, também podendo ser avaliada a anestesia local com sedação. Para maiores informações sobre anestesia, clique aqui .
12 a 24 horas.
As cicatrizes são mínimas, praticamente imperceptíveis, localizadas em diversas partes do corpo, dependendo das áreas a serem operadas.
Fitas de Micropore® largo são aplicadas por toda a região operada para diminuir o inchaço. Esse curativo é mantido no local por 3 semanas, e uma malha compressiva é colocada ao final da cirurgia. Após 3 semanas, o micropore é retirado e a malha compressiva é mantida por mais um mês.
Em incisões um pouco maiores pode haver necessidade de dar um ponto, o qual é retidado com 7 dias da cirurgia.
Recomenda-se um repouso relativo por um período de aproximadamente 1 a 2 semanas. Neste período o(a) paciente deverá evitar esforços físicos, dirigir ou expor-se desnecessariamente ao ambiente externo.
Já é possível tomar banho no dia seguinte a cirurgia. Atividade física leve pode ser iniciada após 21 dias e atividades mais intensas após 1 a 2 meses. Exposição ao sol é apenas recomendada após 3 meses da cirurgia.
Recomenda-se que a paciente mantenha uma dieta balanceada e uma rotina regular de atividades físicas aeróbicas e anaeróbicas.
São esperados leve desconforto, inchaço e equimoses (pele de coloração roxa) nas regiões tratadas, que deverão regredir nas duas primeiras semanas, podendo permanecer um pequeno inchaço ou equimose residual que pode levar alguns meses para resolução completa.
É muito comum a associação do tratamento cirúrgico da celulite (Subcisão) com outros tipos de procedimento cirúrgico, como a abdominoplastia (nesse caso recebe o nome de lipoabdominoplastia), mamoplastia , braquioplastia , cruroplastia ou gluteoplastia .
Em uma pesquisa avaliando os efeitos da Subcisão no tratamento da celulite, cerca de 200 pacientes foram avaliadas. (2)
Os eventos adversos da técnica foram equimoses (100%), dormência (86%), dor após o procedimento (53%), gotejamento de sangue nas primeiras 12 horas (60,5%), nódulos com duração inferior a 1 mês (14,5%), hiperpigmentação da pele (6,5%), nódulos permanentes com duração superior a 1 mês (4%), protuberância da região (2,5%), irregularidades da pele (2,5%), seroma – acúmulo de líquido abaixo da pele (1,5%) e distúrbios sensoriais localizados (0,5%).
Cada caso foi avaliado por dois médicos que não realizaram o tratamento. Cada médico foi solicitado a avaliar os resultados e expressar um valor de 0 a 10 (onde 0 é “nenhum resultado” e 10 é “o melhor resultado alcançável”). A satisfação das pacientes também foi avaliada.
A avaliação médica das pacientes observou melhorias com uma pontuação média de 8,1 (variação, 7,3–9,4). Já a avaliação das pacientes viu melhorias com uma pontuação média de 7,8 (variação, 5,8-9,5).
1. Hexsel DM, Mazzuco R. Subcision: a treatment for cellulite. Int J Dermatol. 2000 Jul;39(7):539-44. Doi: 10.1046/j.1365-4362.2000.00020.x. PMID: 10940122.
2. Amore R, Amuso D, Leonardi V, Sbarbati A, Conti G, Albini M, Leva F, Terranova F, Guida A, Gkritzalas K, Gavashely L, Velichenko R. Treatment of Dimpling from Cellulite. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2018 May 18;6(5):e1771. Doi: 10.1097/GOX.0000000000001
Publicado em: 31/10/2022
Revisado em: 31/10/2022
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