Cirurgia Sem Transfusão de Sangue.

Roteiro

Riscos das Transfusões de Sangue
Gerenciamento do Sangue do Paciente e Cirurgia sem Sangue

Descrição Cirurgia Sem Transfusão de Sangue

 

Riscos das Transfusões de Sangue

A transfusão de sangue é um tratamento médico tradicional e amplamente utilizado. Contudo, muitos estudos científicos têm sido publicados mostrando que os pacientes que recebem transfusão de sangue acabam tendo maiores complicações do que aqueles que não recebem.

 

Um grande estudo de revisão avaliou a eficácia da transfusão de sangue versus a não transfusão em pacientes graves internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (1). A revisão encontrou 45 estudos contemplando 272.596 pacientes. Na grande maioria dos estudos, mais precisamente em 42 dos 45 estudos, os riscos das transfusões superaram os benefícios.

 

Gerenciamento do Sangue do Paciente e Cirurgia sem Sangue

 

Devido aos malefícios associados a transfusão de sangue, diversos estudos têm sido publicados abordando estratégias terapêuticas que evitem a transfusão de sangue. Tais estratégias estão inseridas dentro do conceito de Gerenciamento de Sangue do Paciente (Patient Blood Management), definido como um conjunto de cuidados com base em evidências científicas para otimizar os resultados médicos e cirúrgicos dos pacientes, gerenciando e preservando clinicamente o sangue do próprio paciente.

O termo Gerenciamento de Sangue do Paciente (PBM) foi usado pela primeira vez em 2005 pelo professor James Isbister, um hematologista australiano, que concluiu que o foco da medicina deveria ser mudado dos produtos sanguíneos para os pacientes. O conceito de PBM se concentra de maneira proativa nas necessidades do paciente e nas condições que geralmente levam a transfusões, tais como perda de sangue, problemas na coagulação do sangue e anemia.

O PBM procura gerenciar da melhor maneira possível o sangue do próprio paciente, permitindo que o paciente fique numa situação confortável e segura de maneira que uma transfusão de sangue não seja sequer cogitada. Devido aos seus benefícios, a própria Organização Mundial da Saúde tem recomendado fortemente o uso do PBM. (2)

Várias das estratégias do PBM podem ser empregadas na cirurgia plástica (3). Dentro destas estratégias se encontram o uso de suplementação de ferro e da eritropoietina para ajudar na recuperação da anemia, o uso de medicamentos que reduzem o sangramento, como o ácido tranexâmico, entre outros.

O dr. Juan Montano utiliza os princípios do Gerenciamento de Sangue do Paciente (PBM) em suas cirurgias plásticas, evitando assim o uso de transfusões de sangue nas suas cirurgias, o que, por sua vez, permite uma melhor recuperação dos pacientes. Além disso, o Gerenciamento de Sangue do Paciente também é particularmente útil nos cuidados de pacientes que não desejam receber transfusões de sangue, como é o caso de pacientes Testemunhas de Jeová, e que precisam ter sua autonomia respeitada.

 

Referências

 

1. Marik PE, Corwin HL. Efficacy of red blood cell transfusion in the critically ill: a systematic review of the literature. Crit Care Med. 2008 Sep;36(9):2667-74. doi: 10.1097/CCM.0b013e3181844677. Erratum in: Crit Care Med. 2008 Nov;36(11):3134. PMID: 1867

2. THE URGENT NEED TO IMPLEMENT PATIENT BLOOD MANAGEMENT: Policy Brief. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/346655/9789240035744-eng.pdf

3. Enrique Bayter-Marin J, Cárdenas-Camarena L, Peña WE, Durán H, Ramos-Gallardo G, Robles-Cervantes JA, McCormick-Méndez M, Rocio Gómez-González S, Liliana Plata-Rueda E. Patient Blood Management Strategies to Avoid Transfusions in Body Contouring Operation

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