Curativos e Cola Cirúrgica.

Roteiro

Curativos
Curativos com película impermeável
Curativo com gaze e micropore
Curativo com micropore
Curativo com enfaixamento
Curativos e Cola Cirúrgica

Curativos

Os curativos são materiais aplicados diretamente sobre os cortes cirúrgicos com o objetivo de proteger os cortes e promover uma melhor cicatrização. Os curativos variam de acordo com os procedimentos realizados e os locais onde os cortes foram feitos. Abaixo informações sobre os diferentes tipos de curativos e como cuidar deles.

 

Curativos com película impermeável

 

Estes curativos são muito usados em cirurgias plásticas mamárias, abdominais assim como aquelas feitas nas coxas e braços. Tais curativos apresentam um filme ou película fina e transparente à prova d’água, permitindo que o paciente tome banho já no primeiro dia após a cirurgia. Os nomes comerciais destes curativos mais conhecidos são Tegadermâ e Opsiteâ®.

Curativos
Curativo com película transparente impermeável

Os curativos com película impermeável são hipoalergênicos, evitam a entrada de microrganismos, deixam a pele transpirar e podem permanecer por até sete dias sem precisarem serem trocados, proporcionando assim grande conforto ao paciente.

Uma pequena até moderada sujidade de sangue pode ficar visível abaixo da película transparente, o que é normal e esperado e não indica a necessidade de remoção do curativo. Em geral estes curativos são retirados pelo dr. Juan Montano no consultório, quando o paciente retorna com aproximadamente uma semana de pós-operatório.

 

Curativo com gaze e micropore

 

Quando não existe disponibilidade dos curativos com película impermeável, é comum usar curativo com gaze e micropore. Tais curativos também podem ser usados após a remoção dos curativos com película quando a ferida se encontra mais secretiva, pois a gaze ajuda a absorver o líquido que sai da ferida. Eles também são usados ao redor dos tubos do dreno.

Os curativos com gaze e micropore devem ser trocados diariamente, a não ser que tenha havido outra orientação específica. A melhor oportunidade para fazer a troca é durante o banho.

Para trocar o curativo:

· Lave as mãos.

· Remova delicadamente a fita de micropore, começando por uma de suas extremidades. Se houver dificuldade para remover o micropore, molhe a fita com água ou soro fisiológico. Se permanecer difícil de sair, aplique óleo Johnson.

· Remova delicadamente a gaze. Se a gaze estiver grudada na ferida, molhe a gaze com água ou soro fisiológico.

· Evite tocar na ferida. Observe a ferida e veja se há presença de pus (secreção esbranquiçada e geralmente malcheirosa), muita vermelhidão na pele ao redor das bordas ou abertura de pontos. É comum as bordas da ferida estarem avermelhadas e um pouco elevadas.

· Irrigue a região do corte com um pouco de água ou soro fisiológico e seque delicadamente com uma gaze.

· Caso algum produto ou medicamento tenha sido prescrito, este é o momento de aplicá-lo, podendo fazê-lo com auxílio de um cotonete.

· Coloque uma nova gaze acima do corte. Se necessário, dobre a gaze ao meio para melhor cobertura da ferida.

· Caso haja uma abertura dos pontos, use uma gaze não aderente sobre a ferida, tal como a gaze Adaptic®, Curatec® ou Rayon®, e coloque uma gaze comum acima da gaze não aderente.

· Corte com uma tesoura várias fitas de micropore do tamanho médio (25 mm x 10 m), com um comprimento suficiente para fixar a gaze comum na pele. Use várias fitas cortadas, o suficiente para que toda a gaze fique coberta pelo micropore.

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Micropore 25 mm x 10 m

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Gaze comum.

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Gaze não aderente (Adaptic®)

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Curativo com Gaze e micropore.

 

Curativo com Micropore

 

Os curativos com micropore são usados quando a ferida se encontra seca. Eles costumam ser aplicados após a retirada dos curativos com película ou dos curativos com gaze e micropore e auxiliam na cicatrização. Quando a ferida é pequena, pode ser usado eventualmente um curativo tipo Band-Aid® ao invés do micropore.

O micropore pode ser trocado a cada 7 dias ou quando estiver se desgrudando, preferencialmente no banho. Nos dias em que não houver necessidade de remover o micropore, evite molhá-lo em excesso e seque-o depois delicadamente com uma toalha ou um secador de cabelo não muito quente. Caso não haja indicação do uso da placa de silicone, o micropore deve ser usado por um período de 3 meses após a cirurgia. (1)

Para trocar o curativo:

· Lave as mãos.

· Remova delicadamente a fita de micropore, começando por uma de suas extremidades. Se houver dificuldade para remover o micropore, molhe a fita com água ou soro fisiológico.

· Evite tocar na ferida. Observe a ferida e veja se há presença de pus (secreção esbranquiçada e geralmente malcheirosa), muita vermelhidão ao redor das bordas ou abertura de pontos. É comum as bordas da ferida estarem avermelhadas e um pouco elevadas.

· Irrigue a região do corte com um pouco de água ou soro fisiológico e seque delicadamente com uma gaze.

· Corte com uma tesoura a fita de micropore, com um comprimento suficiente para cobrir toda a extensão do corte cirúrgico. Se for aplicar o micropore nas aréolas das mamas, coloque 3 fitas de micropore ao redor das aréolas, formando um triângulo que terá a aréola no centro.

· Caso haja secreção na ferida, coloque uma gaze acima da ferida e depois use o micropore para fixar a gaze junto a pele.

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Micropore aplicado na cicatriz.

 

Curativo com enfaixamento

 

Em alguns casos, como em cirurgias de otoplastia, podem ser usados curativos com enfaixamento. Nesses casos, tais curativos não devem ser molhados. Tais curativos costumam ser removidos pelo próprio cirurgião.

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Curativo com enfaixamento.

 

Cola cirúrgica

 

A cola cirúrgica é composta pela mesma substância da conhecida cola Super Bonder, o cianoacrilato. Algumas substâncias extras foram adicionadas para tornar a cola mais maleável e permitir que ela fosse esterelizada. Com isso ela passou a ser utilizada para o fechamento dos cortes feitos em cirurgias.

Uma grande revisão científica avaliou a eficácia e a segurança do uso da cola cirúrgica comparando o uso da cola cirúrgica com o uso dos pontos tradicionais. (2) Esta revisão foi feita pela organização Cochrane, reconhecida mundialmente por fazer revisões científicas de alta qualidade. Um total de 33 estudos fizeram parte desta grande revisão. Os pesquisadores constataram que o uso da cola cirúrgica aumentou o risco de abertura dos pontos, a chamada deiscência, quanto comparado com o uso dos pontos tradicionais.

Por esse motivo, o dr. Juan não usa a cola cirúrgica como um substituto dos pontos nos locais dos cortes cirúrgicos, mas sim como um complemento do fechamento dos cortes, sendo que o fechamento é sempre feito com os pontos tradicionais. Assim, o papel da cola será apenas o de uma camada adicional de proteção, como se ela fizesse parte do curativo.

Uma das colas cirúrgicas mais conhecidas é a chamada Dermabond PrineoⓇ.

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Cola Cirúrgica Dermabond Prineoâ.

A cola geralmente permanece bem grudada nas primeiras 2 semanas. Não há problemas se a cola for levemente molhada durante o banho, bastando secar delicadamente a região com uma toalha.

Como remover a cola cirúrgica

· Após as primeiras duas semanas, recomenda-se passar diariamente sobre a cola, de preferência logo após o banho, um óleo, como o bio-oil , o dersani ou mesmo óleo Johnson, para ajudar a soltar a cola aos poucos.

· À medida que a cola for soltando, o que geralmente ocorre pelas extremidades, vá cortando a parte que soltou com uma tesoura. Evite puxar a cola da pele. Mantenha essa conduta até toda a cola se soltar por completo.

· Após a cola ter se soltado por completo da cicatriz, utilize o micropore ou a placa de silicone por até 3 meses, conforme orientação do dr. Juan.

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Cola cirúrgica se soltando da pele do abdome.

 

Referências

 

1. O’Reilly S, Crofton E, Brown J, Strong J, Ziviani J. Use of tape for the management of hypertrophic scar development: A comprehensive review. Scars Burn Heal. 2021 Jul 12;7:20595131211029206.

2. Dumville JC, Coulthard P, Worthington HV, Riley P, Patel N, Darcey J, Esposito M, van der Elst M, van Waes OJ. Tissue adhesives for closure of surgical incisions. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 28;(11):CD004287.

Publicado em: 31/10/2022

Revisado em: 31/10/2022

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